O porta-malas do Citroën C3 tem 315 litros de capacidade, uma das maiores entre os hatches compactos. Sua vantagem não está apenas na capacidade absoluta, mas nas dimensões que facilitam a acomodação de pelo menos duas malas grandes deitadas.
Quem pode falar disso com propriedade é o fotógrafo e cinegrafista Fernando Pires, que costuma usar o C3 como carro de apoio em nossas produções. Seu equipamento compreende um jogo de três malas para câmeras, lentes, acessórios diversos e um drone, mais uma bolsa para os tripés e pelo menos duas mochilas. Tudo cabe no Citroën, que, contudo, já mostra os sinais da lida.
O Citroën C3 não tem forração, seja de plástico ou carpete, na borda do compartimento, ao lado do trinco da fechadura. É uma limitação recorrente em carros baratos. As fábricas fazem questão de economizar qualquer trocado com coisas que nem todo comprador repara. Essa área com lata exposta fica sujeita a arranhões de tudo que vai no porta-malas, seja pelo deslocamento com o carro em movimento, seja pela colocação e retirada dos objetos. Mesmo tomando cuidado, já notamos alguns arranhões por ali.
Sem querer, também descobrimos que o isolamento térmico poderia ser melhor. De carona entre um evento e outro, o jornalista Marlos Ney Vidal, do site Autos Segredos, colocou sua mochila sobre o lado direito do porta-malas. Após uma hora de trânsito pesado em São Paulo, ao chegar ao destino, a mochila – e seu notebook – estava quente.
Esse local do porta-malas fica exatamente sobre o escapamento do carro, que, mesmo com um defletor de alumínio, irradia seu calor para dentro do compartimento de carga. O percurso lento não ajudou a dissipar o calor, mas descobrimos que não é o melhor lugar para transportar algumas compras.
Pelo menos o fechamento do porta-malas ficou mais fácil após a substituição da fechadura, na última revisão. O procedimento foi indicado pela própria fábrica sem nenhum apontamento nosso e agora precisamos fazer menos força e a tampa não fica mal fechada.
O que também melhorou muito foram os engates do câmbio, após a troca da coifa. Estão mais justos e firmes, mas a ré continua arranhando se a embreagem não ficar pelo menos dois segundos pressionada antes do movimento da alavanca.
O motor ficou mais suave em funcionamento, mas duas questões vêm chamando a nossa atenção. Quando frio, o motor apresenta a marcha lenta irregular, trepidante. Como o Citroën C3 não tem conta-giros, não conseguimos saber se isso seria causado por uma marcha lenta em rotação menor. Além disso, aos 22.340 km notamos a luz de injeção acesa após a partida, que só sumiu depois de uma parada mais longa. Vale lembrar que o motor passou por reprogramação e, posteriormente, por uma verificação em seu chicote elétrico.
Conforme citamos no mês passado, o para-brisa do C3 teve uma rachadura, próxima ao retrovisor interno, causada por uma pedra. Fizemos a troca na Autoglass Planauto Paulista sem problemas. Foi colocado o vidro original ao custo de R$ 600 da franquia do nosso seguro. Resolvido o problema, pudemos rodar sem nos preocupar.
Citroën C3 – 24.232 km
Versão: | First Edition 1.0 |
Motor: | 3 cil., diant., transv., 999 cm3, 6V, aspirado, 75/71 cv a 6.000 rpm, 10,7/10 kgfm a 3.250 rpm |
Câmbio: | manual, 5 marchas, tração dianteira |
Seguro: | R$ 1.824 (Perfil Quatro Rodas) |
Revisões: |
Até 100.000 km – R$ 8.010 |
Gastos no mês: | Para-brisa: R$ 600 Combustível: R$ 1.488 |
Consumo: | No mês: 12,8 km/l com 25,4% de rodagem na cidade Desde abril/23: 13,4 km/l com 30,2% de rodagem na cidade |
Combustível: | flex (gasolina) |