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Concessionária Jeep aconselha a ‘devolver’ o Compass por barulho no motor

Na investigação do barulho no motor 1.3 turbo do nosso Jeep Compass, concessionária tentou negar a garantia para evitar receber o carro

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 jun 2024, 09h45 - Publicado em 21 jun 2024, 17h00
Compass Longa
Compass ficou uma semana na oficina e barulho continua (Leonardo Barboza/Quatro Rodas)
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Na última edição, sinalizamos sobre o barulho metálico na parte de baixo do motor do nosso Jeep Compass. Esse barulho incomum no 1.3 turbo não vinha dos tuchos, porque continuava com o motor quente. Então procuramos deixar o carro em uma concessionária para diagnóstico em garantia. Só não pudemos adiantar isso para evitar qualquer intervenção em nosso carro.

A primeira missão foi encontrar uma concessionária com agenda. Em São Paulo, a Europamotors da Avenida Hélio Pellegrino só tinha agenda para dali a um mês e a Autostar da Avenida Francisco Morato, depois de duas semanas. Na Jeep Amazonas de São Caetano do Sul (SP), porém, havia agenda para o dia que precisávamos.

Fomos atendidos na hora marcada. “O consultor técnico me perguntou se eu tinha um vídeo com o barulho e eu disse que sim, então chamou o mecânico para assistir”, conta o piloto de testes Leonardo Barboza.

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“Depois, os dois questionaram onde eu havia feito as revisões, como se o problema viesse daí, da manutenção. Na hora, achando que colocariam a responsabilidade do problema em mim, preferi dizer que havia acabado de comprar o carro de uma empresa, mas mostrei os carimbos dos serviços”, afirma Leo. A concessionária queria encontrar uma forma de se esquivar da sua obrigação. 

A conversa, então, seguiu outro caminho. “Primeiro eles tentaram me convencer a voltar no vendedor, reclamar do barulho e devolver o carro! Disse que havia feito isso, mas que o carro está na garantia e com todos os serviços feitos. Foi apenas depois disso que disseram que o carro teria que ficar uma semana na concessionária para diagnóstico”, diz Leo. “Conferiram a data da venda do carro no manual e demonstraram contrariedade ao se certificarem de que o carro ainda estava na garantia.”

O sistema caiu na hora que estavam abrindo a ordem de serviço, então ficaram de enviar depois. Passou o fim de semana e na segunda entraram em contato dizendo que, embora as revisões de 60.000 km e 72.000 km estivessem carimbadas, não estavam registradas no sistema nacional da marca, impossibilitando a garantia.

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Compass Longa
Nível do óleo estava normal, mas mecânico sugeriu que foi usado óleo errado (Leonardo Barboza/Quatro Rodas)

Coube a nós procurar a McLarty Maia (60.000 km) e a Jeep Bicudo (72.000 km) para lançarem a revisão. A McLarty Maia conseguiu colocar no sistema rapidamente, mas a Bicudo pediu o contato da Orvel, onde foi feito o serviço de 84.000 km: a Jeep teria que apagar esse registro antes da atualização e, depois, lançar novamente.

Isso se estendeu por quatro dias e, como dependia da fabricante, abrimos um protocolo no serviço de atendimento ao cliente. O imbróglio só foi resolvido na sexta-feira, uma semana depois de o carro ter sido deixado na Amazonas. Por sorte, não esperaram isso para fazer o diagnóstico. Talvez por azar, disseram que o carro estava normal e não fazia barulho anormal, que fizeram testes e medições, inclusive de compressão dos cilindros e que estava tudo certo.

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CONTINUA …

“Reparei que o carro estava ligado na hora que cheguei. O consultor me passou as informações, me deu a ordem de serviço para assinar e me liberou. Antes de sair, desliguei o carro e ao dar a partida novamente ele não pegou: a bateria estava descarregada”, conta Leo. O mecânico foi chamado para dar uma carga auxiliar, mas o surpreendente foi usar chaves de roda para isso, em vez do cabo adequado. Nada profissional.

Compass Longa
Bateria chegou ao fim durante estadia e iam entregar o carro assim, sem avisar (Leonardo Barboza/Quatro Rodas)
Compass Longa
Mecânicos da Jeep usaram chave de roda para dar carga auxiliar (Leonardo Barboza/Quatro Rodas)

Perguntamos o preço da bateria, mas desanimamos quando disseram R$ 1.976. Nos recomendaram, então, procurar logo uma loja de bateria.

“Saí com o carro e no primeiro semáforo percebi, novamente, o barulho no motor. Voltei na concessionária, mostrei para o mecânico e ele falou que é normal”, relata nosso piloto de testes. Tão normal que o mecânico emendou a hipótese de a última concessionária ter utilizado um óleo com especificação diferente. Logo,  há, sim, algo anormal no motor. Mas a concessionária que tentou não receber o carro em garantia o quanto pôde também não quis admitir.

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Quanto à bateria, ela já dava indícios de estar no final da vida e não passou dos 13,5 V, mesmo com todos os sistemas desligados. Chegando ao destino, o carro não ligou.

No dia seguinte, cotamos a bateria na especificação original em mais três lojas e o local mais barato foi o site da Moura: R$ 949. Fizemos o pedido e chegou em 40 minutos. Com isso, o start-stop voltou a funcionar. A única coisa que não voltou ao normal foi o barulho do motor.

Jeep Compass – 92.864 km

Ficha técnica:
Versão: Longitude 80 anos 1.3 Turbo
Motor: 4 cil., diant., transversal, 1.332 cm3, 16V, turbo, injeção direta, 185/180 cv a 5.750 rpm, 27,5 kgfm
a 1.750 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Seguro: R$ 3.268 (Perfil Quatro Rodas)
Revisões: Até 96.000 km – R$ 5.819
Gasto no mês: Combustível: R$ 1.078

Bateria: R$ 949

Consumo: No mês: 8,6 km/l com 32,8% de rodagem na cidade
Desde agosto/21: 9,5 km/l com 34,2% de rodagem na cidade
Combustível: Flex (gasolina)

 

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