Muita coisa mudou desde que o Citroën C4 Cactus testado no Longa Duração foi desmontado, em outubro de 2020. A própria Stellantis, empresa que surgiu da fusão entre a FCA (Fiat e Jeep) e a PSA (Peugeot e Citroën) não existia – foi estabelecida em janeiro de 2021.
Isso só reforça a importância do novo Citroën C3, lançado em agosto de 2022 como o primeiro carro da família C-Cubed, que inclui um SUV de 5 e 7 lugares a ser lançado neste ano e um sedã para 2024. Serão carros mais simples e baratos, pensados para posicionar a Citroën como uma marca mais popular e reforçar o caráter premium da Peugeot, evitando conflitos em família.
A fusão fez bem ao projeto nascido na Índia. Aqui, a engenharia fez o que pôde para adaptar o carro às exigências de qualidade e rodagem locais e garantir compartilhamento de peças dentro de casa. Não à toa, adquirimos justamente o primeiro Citroën com motor Fiat, o 1.0 6V Firefly do Argo.
Nossa intenção era comprar um C3 Feel 1.0 (R$ 83.990) Azul Spring com teto preto (R$ 2.800). Custaria R$ 86.790 (preço para São Paulo). Para a nossa surpresa, encontramos um C3 First Edition 1.0 azul com teto branco, mais completo e barato: R$ 81.700 ante os R$ 87.990 da tabela de janeiro.
Nossa surpresa se deu por esta ser uma série limitada a 2.000 unidades disponibilizada no lançamento do C3, distribuídas entre versões 1.0 e 1.6 com câmbio automático. A mais que os Feel, os First Edition têm tapetes, protetores na base das portas, faróis de neblina com molduras brancas, barras no teto com detalhe prateado, câmera de ré, rodas de liga leve aro 15. Para a linha normal, tudo isso é oferecido como acessório.
Fechamos negócio com a Citroën Dealer Ibirapuera, em São Paulo, concessionária que, inclusive, também vende Peugeot. Foi quando descobrimos que o carro havia sido faturado para a concessionária desde novembro. Isso pode explicar o preço.
Do pagamento à entrega, já com o carro emplacado, levou uma semana. A área de acessórios ainda ofereceu itens que já vêm no carro, como frisos laterais (R$ 150), tapetes (R$ 300) e envelopamento do teto (R$ 2.400, sendo que o nosso é pintado de branco). Dispensamos junto com protetor de cárter (R$ 300 e de série só nos Fiat), sensor de estacionamento (R$ 600), lâmpadas brancas nos faróis (R$ 690) e calhas (R$ 940). Tudo caro.
Quem ficou incumbida de retirar o Citroën C3 foi a repórter Isadora Carvalho. “O vendedor me atendeu no horário marcado, me entregou a chave reserva, manual e documento do carro. Houve uma explicação sobre a importância de respeitar as revisões a cada 10.000 km ou um ano para manter a garantia de três anos. Só depois nos dirigimos ao carro, que ainda não estava na área de entrega, no subsolo da loja. Todas as funções foram explicadas, inclusive a operação do computador de bordo e dos vidros elétricos traseiros.”
O vendedor ainda salientou que o C3 estava com etanol e indicou gastar todo o combustível antes de abastecer novamente, o que deveria ser feito com etanol mais uma vez. Isso não consta no Manual do Proprietário, que também não contempla cuidados a ter nos primeiros quilômetros, o que o próprio vendedor adiantou. Ele reforçou, porém, a necessidade de rodar 5 km com o veículo após abastecer com gasolina, uma recomendação que, sim, consta no manual.
“Não fiquei mais de 30 minutos na loja”, lembra Isadora, que também tomou o primeiro susto com o carro. “Retirei com 35 km rodados e aos 61 km, ainda com o combustível da concessionária, a luz de injeção acendeu.” Apagou depois de abastecer, já com gasolina comum, combustível padrão dos modelos avaliados no Longa Duração. Agora teremos pela frente 100.000 km para conhecer o C3 e saber como anda o serviço da Citroën. Próxima parada: teste de desempenho, aos 1.000 km.
Citroën C3 – 81 km
Ficha Técnica
Versão: First Edition 1.0
Motor: 3 cil., diant., transv., 999 cm3, 6V, aspirado, 75/71 cv a 6.000 rpm, 10,7/10 kgfm a 3.250 rpm
Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
Revisões
Até 60.000 km – R$ 8.262
Seguro – R$ 1.824