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Mercedes-Benz GLA 250

Andamos no SUV compacto que a Mercedes vai produzir no Brasil - e que deve ser o carro mais vendido da marca no mundo

Por Joaquim Oliveira | Fotos Andreas Lindlahr
Atualizado em 8 nov 2016, 22h37 - Publicado em 6 abr 2014, 22h08
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Os próximos dois ou três anos serão a fase de ouro dos SUVs urbanos no Brasil. Nesse período, começarão a pipocar os modelos fabricados no Brasil, como Honda Vezel, Peugeot 2008 e VW Taigun. Nessa cota, o nacional mais ilustre (e caro) será o Mercedes-Benz GLA, que será produzido em Iracemápolis (SP) a partir do fim do ano que vem. Até lá, o público poderá se acostumar ao carro com a versão importada, que desembarca no país já no segundo semestre.

Segundo a marca, ele será o Mercedes mais vendido no mundo (superando os Classe A, B e CLA) porque o SUV urbano também está na moda no resto do planeta. E como a empresa alemã resolveu surfar nessa onda? Em primeiro lugar, é importante deixar claro que o GLA não parece um jipinho quando o vemos perto. É verdade que o carro é quase 6 cm mais alto do que o ClasseA (que já é um automóvel baixo), mas isso representa apenas 1 cm a mais que um Ford Focus. E, como é 13 cm mais comprido que o Classe A, está mais para uma perua com um pouco mais de altura, alguns reforços estruturais e uma ótima opção de tração integral (o 4Matic) para habilitá-lo a um desempenho off-road muito acima da necessidade de seu público. Feita essa ressalva, vale a pena analisar com calma seu design agressivo, principalmente na coluna traseira de aparência robusta e na linha do teto que desce suavemente, opções estilísticas que infelizmente prejudicam a visibilidade para trás. A pegada jipeira está toda lá, como nos apliques prateados na parte inferior dos para-choques, para simular protetores de cárter e diferencial ou para sugerir que ele é mais alto do que é na realidade. Mas as salientes caixas de rodas e largura imponente dão um toque de esportividade, como se ele estivesse bem assentado no asfalto.

Por dentro, nota-se logo que há poucas diferenças em relação aos outros dois irmãos compactos da família, o hatch A e o sedã CLA, que também serão montados no Brasil. Há uma boa dose de materiais de alta qualidade e a oferta de espaço nos bancos traseiros é um pouco melhor do que no A. Com três adultos atrás, porém, os dois das pontas devem reclamar que cabeça encosta nas colunas e o passageiro do centro vai se incomodar de viajar de pernas abertas por causa do volumoso túnel central no piso.

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Na nossa avaliação em Granada (Espanha), optamos por uma das versões que virão ao Brasil, o GLA 250, de 211 cv e tração 4×4 – também será importado o GLA 200, de 156 cv e tração dianteira. Com um motor 2.0 turbo, injeção direta com turbo de geometria variável e start-stop de série, o GLA 250 produz 35,7 mkgf de torque máximo, todo ele já disponível a apenas 1 200 rpm. Na estrada, o resultado são respostas rápidas e funcionamento suave, mesmo em baixo giro, sem qualquer hesitação nas acelerações. Esse bom desempenho fica evidente também nos números oficiais: 0 a 100 km/h em 7,1 segundos e máxima de 230 km/h.

Apesar da boa média de consumo registrada nos dois dias de test-drive (11,4 km/l), que incluía trechos de off-road, percebe-se que para alcançar esse resultado os alemães não precisaram abusar de relações de marchas excessivamente longas do câmbio. Mas tiveram que fazer aperfeiçoamentos na transmissão automatizada de sete marchas e dupla embreagem, que estava distante da suavidade e rapidez dos BMW e VW. É verdade que ele está melhor nesta versão, mas ainda não se iguala aos rivais. A boa notícia é que essa atualização chegará em breve a outros carros da linha que usam o câmbio 7G-DCT. A maior surpresa vem da suspensão, que parece bem mais Mercedes que a do Classe A: ou seja, confortável, com um rodar sólido, capaz de passar sobre pisos ruins com mais tranquilidade que no hatch. Claro que também ajuda muito a altura livre do solo ter aumentado em 5 cm, sem que haja tendência excessiva de rolamento da carroceria.

Parte do mérito se deve à calibragem mais suave das molas e às novas buchas no subchassi traseiro. Como os engenheiros tiveram o cuidado de manter os amortecedores relativamente firmes, esse acerto criou uma suspensão que consegue reduzir o rolamento, proporcionar bom nível de conforto e dar grande versatilidade no uso em fora de estrada. A contrapartida, porém, é uma estabilidade em curva menor do que no Classe A. Aqui fica clara a falta que faz um sistema de amortecimento variável, como já há nos rivais diretos BMW X1 e Audi Q3.

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Quanto ao preço, não há previsão oficial, mas o mercado estima a partir de 150 000 reais, o que seria mais que um X1 (128 000 reais), um dos mais vendidos do segmento. Mas a comparação mesmo só será possível depois de agosto, quando for definido o pacote de equipamentos da versão importada.

VEREDICTO

Design, conforto e habilidades off-road estão acima da média do segmento, mas não dá para saber como será seu futuro enquanto a marca não confirmar preços e itens de série no Brasil.

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