Teste de pista: Fiat Toro Freedom 2.4 Tigershark flex 4×2
Motor 2.4 Tigershark faz Toro deixar a falta de disposição de lado - e beber mais
O desempenho da Fiat Toro em seu primeiro ano de vendas ficou acima das melhores expectativas. Em dezembro, ela conseguiu vender mais que a Strada, tornando-se a picape mais vendida do país. No acumulado de 2016, ficou em segundo lugar, com quase três vezes mais emplacamentos que sua concorrente direta, a Renault Duster Oroch.
Esses números, porém, poderiam ser ainda melhores se a Toro tivesse uma motorização flex mais eficiente do que o fraco 1.8 E.torQ, oferecido nas versões mais acessíveis. A solução, porém, chega às lojas na forma do motor 2.4 Tigershark.
Fabricado no México, ele tem algumas diferenças em relação ao conjunto lançado no Jeep Compass. Além da maior cilindrada, a Toro traz o sistema de abertura de válvulas de admissão MultiAir 2 e um modo Sport (que muda a calibração do motor), ativado por um botão no painel.
No lugar da caixa automática de seis velocidades da Toro 1.8, a Fiat optou pela transmissão de nove marchas utilizada no motor 2.0 turbodiesel da própria Toro.
Com até 186 cv e 24,9 mkgf se abastecida com etanol, a Toro esbanja disposição. Basta um leve toque no acelerador para o motor reagir prontamente, bem diferente da letargia do 1.8 Flex (139 cv e 19,3 mkgf). Seguindo nosso padrão de teste, com gasolina, a picape levou 12,4 segundos para ir de 0 a 100 km/h e 6,6 segundos na prova de retomada de 80 a 120 km/h.
Foi um banho de agilidade na Toro 1.8, que fez as mesmas provas em 16,1 segundos e 12,7 segundos, respectivamente. O Tigershark funciona de forma suave: a 120 km/h, o motor trabalha silenciosamente abaixo das 2.000 rpm. O câmbio muda as marchas constantemente para movimentar os 1.704 kg da picape sem deixar a peteca cair.
Só nas subidas é que a transmissão hesita um pouco em algumas reduções, pedindo trocas sequenciais (que podem ser feitas no volante) para não perder o embalo. Em velocidades altas, porém, a caixa joga as marchas mais altas para priorizar o consumo.
Ainda bem, porque econômica a Toro não é: nosso teste indicou 7 km/l na cidade e 10,1 km/l na estrada com gasolina no tanque. Na versão 1.8, os números são de 9,6 km/l e 11,3 km/l.
A nova motorização estreia na versão Freedom por R$ 98.730, mesmo valor da 2.0 diesel com câmbio manual. Abaixo delas há ainda a Freedom 1.8 Flex AT6 (R$ 82.930), que permanece em linha mesmo com a chegada do Tigershark.
Teste de pista (com gasolina)
- Aceleração de 0 a 100 km/h: 12,4 s
- Aceleração de 0 a 1.000 m: 34 s – 154,4 km/h
- Retomada de 40 a 80 km/h (em D): 5,5 s
- Retomada de 60 a 100 km/h (em D): 6,6 s
- Retomada de 80 a 120 km/h (em D): 9,4 s
- Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0: 17 / 29 / 67 m
- Consumo urbano: 7 km/l
- Consumo rodoviário: 10,1 km/l
Ficha técnica – Fiat Toro Freedom 2.4 Tigershark flex 4×2
- Preço: R$ 94.930
- Motor: flex, diant., transv., 4 cil., 2.360 cm3; 16V, 186/174 cv a 6.250 rpm, 24,9/23,5 mkgf a 4.000 rpm
- Câmbio: automatico, 9 marchas, tração dianteira
- Suspensão: McPherson (diant.) e multilink (tras.)
- Freios: discos ventilados (diant.) / tambor (tras.)
- Direção: elétrica, 12,2 m (diâmetro de giro)
- Rodas e pneus: liga leve (opcionais), 215/65 R16
- Dimensões: comprimento, 491,5 cm; altura, 168 cm; largura, 184,4 cm; entre-eixos, 299 cm; peso, 1.704 kg; tanque, 60 l
- Equipamentos de série: piloto aut., ESP, controle de tração, central multimídia