É assim: a gente sonha com as versões topo de linha, que são sempre as mais caprichadas no acabamento e equipadas, mas termina comprando as básicas ou intermediárias, na maioria das vezes, pelo preço mais em conta. Hoje, pelo menos, isso não quer dizer que você estará mal servido de equipamentos.
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Apresentado em cinco versões (Drive, Drive CVT, Drive Turbo, Audace e Impetus) e mais uma (Abarth) a caminho, o Fiat Pulse não nos deixa fugir à regra. Como no lançamento mostramos a versão mais completa Impetus, agora trazemos a Drive CVT, que é a básica equipada com câmbio automático CVT.
A Drive simplesmente, com câmbio manual, custa menos. Mas até mesmo os mais preocupados com os custos têm rejeitado a transmissão manual no segmento de SUVs. Isso porque, na hora da revenda, essa configuração tem menor procura e perde mais valor.
O preço de tabela do Pulse Drive é de R$ 87.990, enquanto o do Drive CVT sobe para R$ 96.990 e o do Impetus chega a R$ 123.490 (de novembro para cá, os preços já subiram, o que levou os primeiros compradores a processarem a Fiat).
O Pulse Drive CVT que a fábrica nos emprestou possui vários itens oferecidos em pacotes opcionais, como a cor vermelha com o teto preto e, internamente, equipamentos como chave presencial, partida remota, GPS, câmera de ré e carregador de celular sem fio.
Assim, com os pacotes Pack Connect Me e Pack Plus (que inclui o teto em cor contrastante), o preço chega a R$ 105.010 (ou R$ 106.010 com a central de 10,1 polegadas, que não equipa o carro testado) valor suficiente para o comprador pular para a versão imediatamente superior, a Drive Turbo, por R$ 106.990, que traz o novo motor 1.0 turbo como diferencial. Mas se o objetivo é gastar com parcimônia, melhor focar na versão Drive CVT, sem opcionais, e ver se ela atende suas expectativas.
O pacote básico de equipamentos do Pulse não exige sacrifícios. De série, a versão Drive CVT vem com quatro airbags, ar-condicionado digital e automático, controle de tração e estabilidade e sistema TC+ (que ajuda a direcionar o torque para a roda com tração).
Completa a lista faróis de LED, central multimídia de 8,4 polegadas, rodas de liga leve aro 16, assistente de partida em rampa, alerta de frenagem e modo Sport (que altera as respostas de direção, acelerador e câmbio).
A maior diferença das versões Drive e Drive CVT para as demais é o motor. Elas são equipadas com o motor 1.3 Firefly Flex aspirado, de 107 cv de potência e 13,7 kgfm de torque, enquanto as outras trazem o novo motor 1.0 de três cilindros, com turbocompressor e injeção direta, flex, que rende 130 cv e 20,4 kgfm (com etanol). O câmbio é sempre CVT com sete marchas simuladas.
Cada escolha tem perdas e ganhos. No desempenho, o motor turbo apresenta respostas mais rápidas e o carro fica mais gostoso de dirigir. Nas acelerações, enquanto o Impetus fez de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos, o Drive ficou com o tempo de 13,9 segundos.
Mas, no consumo, as posições se invertem, com o Impetus conseguindo as médias de 10,4 km/l, na cidade, e 14,2 km/l, na estrada; e o Drive, 13 km/l e 17,8 km/l, respectivamente (sempre com gasolina). Só não dá para comparar com o consumo do Argo 1.3, pois ainda não testamos o hatch com o motor atualizado para 107 cv (antes, tinha 109 cv). O antigo motor cravou 13 km/l na cidade e 16 km/l na estrada.
Na cabine, como era esperado, o acabamento é mais simples. Mas, apesar da predominância de plásticos pretos, há grande variedade de texturas entre as peças, o que ajuda a tornar o conjunto mais bonito.
Em alguns lugares fica claro a opção dos projetistas por cortar custos. Um deles é na dobra da tira do cinto de segurança do passageiro da frente, em substituição à presilha que normalmente é usada com a finalidade de segurar a fivela, quando o cinto está fora de uso, impedindo que ela bata na coluna da cabine, produzindo um barulho incômodo para quem está dirigindo.
Em relação à qualidade construtiva, no geral a impressão foi boa. Mas, na unidade avaliada, a tampa do porta-luvas estava desalinhada em relação ao painel.
Encontrar a melhor posição de dirigir é fácil graças ao banco do motorista com trilho longo e regulagem milimétrica do encosto, apesar de o volante ter apenas ajuste em altura. A ergonomia é bem resolvida, embora o para-brisa distante do motorista cause a sensação de que se está ao volante de uma minivan.
Na traseira, o espaço para as pernas surpreende. Pelo menos foi essa sensação que eu, que tenho 1,71 m de altura, tive depois de ajustar o banco dianteiro para mim. No final do teste, a conclusão é de que a versão Drive CVT não decepciona e oferece uma boa relação custo/benefício.
Veredicto – O Pulse Drive 1.3 CVT tem acabamento é mais simples, mas custa menos e é mais econômico que seus pares equipados com motor turbo. E pode ficar quase tão equipado quanto eles, ao se pagar por opcionais.
Teste – Pulse Drive 1.3 CVT
- Aceleração
0 a 100 km/h: 13,9 s
0 a 1.000 m: 35,5 s – 147,8 km/h - Velocidade máxima: 177 km/h (dado de fábrica)
- Retomadas
D 40 a 80 km/h: 5,8 s
D 60 a 100 km/h: 7,5 s
D 80 a 120 km/h: 10,7 s - Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 12,3/23,4/50 m - Consumo
Urbano: 13 km/l
Rodoviário: 17,8 km/l - Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 41,8/65,3 dBA
80/120 km/h: 63,3/70,3 dBA - Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 96 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 5ª marcha: 1.800 rpm
Volante: 2,5 voltas - Seu Bolso
Preço básico: R$ 93.990
Garantia: 3 anos
Condições de teste: alt. 660 m; temp., 32,5 °C; umid. relat., 60%; press., 1.012,5 kPa
Ficha Técnica – Pulse Drive 1.3 CVT
Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cil., 8V, 1.332 cm³, 107/98 cv a 6.250 rpm, 13,7/132, kgfm a 4.000 rpm
Câmbio: CVT, 7 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica, 10,7 m (diâmetro de giro)
Suspensão: ind. McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 195/60 R16 Rodas: liga leve, 16’’
Peso: 1.187 kg
Dimensões: comprimento, 409,9 cm; largura, 177,4 cm; altura, 157,6 cm; entre-eixos, 253,2 cm; porta-malas, 415 l, tanque, 52 l