Mitsubishi L200 Triton 2021 anda mais e gasta menos com novo câmbio
Confira todos os números de desempenho da nova picape média, segundo as aferições da QUATRO RODAS
Compradores de picapes são como torcedores de futebol: em tese, o modelo mais vendido é o melhor – como o time à frente no campeonato –, mas há defensores até para as opções que não chegaram à final.
Se a Mitsubishi L200 Triton Sport fica longe da liderança e, neste ano, está na quinta colocação do segmento, o visual renovado estampou a capa mais vendida da Quatro Rodas em 2019 (e uma chuva de interações no site). Agora a novidade chegou às lojas e eis aqui o primeiro teste.
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Por enquanto, serão vendidas três configurações da estreante. Para levar todos os recursos que chegam com a nova versão – dos quais falaremos adiante –, é preciso optar pela HPE-S, de R$ 237.990.
Só que, abaixo dela, também há a HPE (R$ 217.990) e a GLS de entrada (R$ 193.990). Em comum, todas dividem o mesmo conjunto mecânico e são feitas na fábrica de Catalão (GO).
Para quem achou caro, o modelo anterior continuará disponível, agora com o sobrenome Outdoor, em quatro opções, de R$ 158.990 a R$ 211.990.
Essa estratégia, que não é incomum no nosso mercado (e na própria Mitsubishi), resolve outro ponto importante: o visual pode ser diferente e ter uma legião de fãs, mas ainda é polêmico demais para uma parcela dos potenciais interessados.
Tudo bem que ele já não causa o mesmo impacto que teve no Eclipse Cross, no Outlander ou no Pajero Sport, que estrearam esse visual há anos.
Só que ele ainda é bem futurista, com faróis esticados, linhas retas, capô elevado e detalhes cromados no para-choque – que também tem os piscas.
Como essa é apenas uma reestilização profunda, não espere por mudanças no tamanho da nova L200 Triton Sport. Afinal, altura, largura e entre-eixos continuam exatamente iguais às medidas das versões Outdoor, enquanto o comprimento ficou 2 cm maior por conta do conjunto frontal.
Só que, em relação às opções mais baratas, a picape está com ângulos de ataque e de saída piores (32o e 23o, respectivamente, contra 33o e 24o). E o ângulo de rampa passou de 29o para 25o. O vão livre é de 22 cm.
Só não vá pensar que agora a picape está com medo de sair do asfalto. Pelo contrário, já que, apesar da geometria piorada, o modelo ganhou novo sistema de tração nas quatro rodas com seletor de modos de condução para fora de estrada, com parâmetros específicos de areia, cascalho, lama/neve e pedra.
Esse recurso só pode ser ativado com o bloqueio central travado – a picape continua como uma das únicas do segmento capaz de circular com o 4×4 sempre ativado, além da VW Amarok, que oferece tração integral.
Como se tornou padrão entre as rivais (e já existia no modelo anterior), basta acionar os botões para controlar o envio da força às rodas ou bloquear o diferencial traseiro. Sem alavancas ou sofrimento, como acontecia nas picapes médias de antigamente.
E, agora, a Mitsubishi passou a oferecer o sistema de controle de descida, que facilita a vida na hora de enfrentar ladeiras com pouca aderência. Esse é um recurso que estava disponível em várias das concorrentes e que mantém velocidade constante de 2 km/h a 20 km/h.
Outras questões também foram resolvidas com a atualização, como o pacote de segurança alinhado aos principais rivais: há sistema de frenagem de emergência, alerta de mudança involuntária de faixa e sensor de pontos cegos.
Boa parte desses equipamentos existiam em Chevrolet S10 e Ford Ranger – que, no caso da segunda, ainda tem piloto automático adaptativo. E, como na Ranger e na líder Toyota Hilux, a Mitsubishi tem sete airbags, incluindo uma bolsa só para os joelhos do motorista.
O que você talvez não perceba é que o painel também mudou. Afinal, as novidades são bem mais discretas que do lado de fora, como a central multimídia da JBL com 7 polegadas, o quadro de instrumentos com tela digital colorida para computador de bordo e o polêmico sistema de recirculação de ar na cabine.
Na verdade, é apenas um ventilador no teto direcionado à segunda fileira, mas que está longe da eficiência do ar-condicionado bizona de quem viaja à frente e, em dias de calor, quase não faz diferença.
Se a opção mais barata é consideravelmente pelada, é a partir da intermediária que a nova L200 Triton Sport oferece equipamentos básicos para a faixa de preço, como borboletas para trocas de marchas, sensor de estacionamento traseiro com câmera de ré, bancos com revestimento de couro e ajuste elétrico para motorista, acendimento automático de faróis e sensor de chuva.
Na opção mais cara há também faróis bi-led com lavadores, navegador integrado, sensor de estacionamento dianteiro e retrovisor interno eletrocrômico.
Claro que, não romper completamente com o modelo anterior manteve algumas das boas características que já acompanham a picape há anos. Por exemplo, o diâmetro de giro de apenas 11,8 m é o menor do segmento.
No dia a dia, a suspensão bem acertada consegue garantir conforto e estabilidade mesmo em rodovias, ainda que seja firme e criada para enfrentar o trabalho pesado.
Uma das principais melhorias em relação à antecessora (e que não está disponível na opção Outdoor) é o novo câmbio automático de seis marchas, que garante mais fôlego ao já conhecido 2.4 turbodiesel de 190 cv e 43,9 kgfm.
Desempenho e consumo melhoraram
Na nossa pista de testes, foram necessários 12 s para chegar aos 100 km/h – 0,5 s menos que antes –, além de retomadas bem mais vigorosas.
No consumo, também há vantagem: a média urbana de 8,2 km/l é praticamente empatada, mas, no rodoviária, são 11,5 km/l, contra 10,5 km/l. E, com uma marcha a mais, o motor trabalha mais silencioso.
Não dá para ignorar que as picapes médias já cruzaram a barreira dos R$ 200.000 e que não é diferente com a estreante da Mitsubishi. Para quem está disposto a desembolsar esse valor, o modelo tem equipamentos suficientes, sistema de tração avançado e também se saiu bem melhor na pista de testes que a anterior.
Nessa briga, que mais parece uma Copa Libertadores, não há vencedora, mas aquela que mais atende o comprador. Então, se você já gostava da L200, fique tranquilo porque não foi apenas uma cirurgia plástica.
Veredicto
A Mitsubishi L200 Triton Sport já tem uma clientela fiel, mas o modelo atualizado pode atrair novos interessados pelo visual futurista e também pelo pacote de recursos – que agora está alinhado aos principais rivais.
Se preço, desempenho e capacidades estão na média da concorrência, essa picape se destaca pelo sistema de tração avançado e novos modos de condução que honram a tradição da marca em competições de rali.
Teste – Mitsubishi L200 Triton Sport 2021
Aceleração | |
0 a 100 km/h (s) | 12 |
0 a 1.000 m (s; km/h) | 33,8/152 |
Velocidade Máxima (km/h*) | 179 |
Retomadas | |
D 40 a 80 km/h (s) | 5,1 |
D 60 a 100 km/h (s) | 6,6 |
D 80 a 120 km/h (s) | 8,6 |
Frenagens | |
120/80/60 km/h – 0 (m) | 62,7/27,8/15,1 |
Consumo | |
Urbano/rodoviário (km/l) | 8,2/11,5 |
Ruído interno | |
PM/ Rot. máx./80/120 km/h (dBA) | 43,7/62,5/61,2/69,8 |
Aferição | |
Velocidade indicada (km/h) | 100 |
Velocidade real (km/h) | 96 |
Rotação do motor (rpm) | 1.600 |
SEU Bolso | |
Preço (R$) | 232.990 |
Garantia | 3 anos |
Seguro** | R$ 5.150 |
Ficha técnica – Mitsubishi L200 Triton Sport 2021
Motor: diesel, dianteiro, longitudinal, 4 cilindros em linha, turbo, 2.442 cm3; 16V, 190 cv a 3.500 rpm, 43,9 kgfm a 2.500 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração 4×4, reduzida
Direção: hidráulica; diâmetro de giro, 11,8 m
Suspensão: duplo A (dianteira) / eixo rígido (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteiro e traseiro)
Pneus: 265/60 R18
Dimensões: comprimento, 530,5 cm; largura, 182 cm; altura, 179,5 cm; entre-eixos, 300 cm; altura livre do solo, 220 mm; ângulo de ataque, 32º; ângulo de saída, 23º; ângulo de rampa, 25º; peso, 2.042 kg; tanque, 76 l; capacidade de carga na caçamba, 1.055 kg
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