Teste: novo Nissan Versa tem desempenho do Kicks e consumo que surpreende
As melhorias vieram acompanhadas de um aumento nos preços de todas as versões do sedã compacto, mas ele também está mais estiloso
Esqueça tudo o que sabe sobre o Versa. Aliás, o Versa que você conhece mudou de nome. É Versa V-Drive agora. E seguirá à venda junto com o sucessor: o Versa (só) que se vê aqui.
A novidade tem muito pouco a ver com o modelo antigo. A maior semelhança talvez seja o emblema da marca na grade dianteira, no volante e na tampa do porta-malas. Se antes o único atrativo era o espaço interno, agora o Versa traz atributos como design, conforto e tecnologia.
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Mas entre as mudanças deve-se considerar também os preços. O novo Versa chega em quatro versões: Sense MT (R$ 72.990), Sense CVT (R$ 77.990), Advance CVT (R$ 83.490) e Exclusive CVT (R$ 92.990). Reparou que até o nome das versões ficaram mais sofisticados? Enquanto o V-Drive parte de R$ 58.990 (MT) e vai a R$ 74.490 (Premium CVT).
O comparativo do novo Versa com Chevrolet Onix Plus e Volkswagen Virtus você confere aqui.
Visualmente, o Versa segue a linguagem dos lançamentos mais recentes da marca, como o Leaf de segunda geração, incluindo a grade dianteira em V e o teto flutuante, graças ao efeito de um aplique na coluna traseira.
A versão mostrada aqui é a Exclusive, a mais completa, e por isso mais bonita, com a ajuda de itens como assinatura de led nos faróis, rodas de liga leve aro 17 e antena tipo barbatana de tubarão. Mas a grade, o teto e o design dos faróis e das lanternas traseiras são os mesmos em todas as versões.
Em relação aos equipamentos, desde a Sense MT, o Versa vem com ar-condicionado, chave presencial, botão de partida, retrovisores elétricos, seis airbags, sensor de estacionamento, auxiliar de partida em rampa e ESP. A Sense CVT inclui piloto automático, além do câmbio CVT.
A Advance adiciona painel de instrumentos digital com tela de 7 polegadas, rodas de liga leve aro 16 (na Sense é de aço aro 15), central multimídia (CarPay e Android Auto) e alerta de esquecimento de objetos no banco traseiro, entre outros itens.
A Exclusive, por sua vez, além dos recursos já mencionados, acrescenta alerta de colisão frontal, freio autônomo de emergência, câmera 360 graus, detector de movimento dianteiro, sensor de tráfego traseiro, alertas de pontos cegos e GPS. Seu ar-condicionado é digital e os bancos são revestidos de material que imita couro.
A diferença do Versa em relação ao seu antecessor não fica só no estilo e nos equipamentos, no entanto. Coisas que nem sempre se veem, mas a fábrica informa ter feito, e andando com o carro se nota, também testemunham a evolução do projeto.
O novo Versa usa a mesma plataforma V, que serve de base para o V-Drive (e também para o SUV Kicks), mas, segundo a Nissan, a estrutura da carroceria foi reforçada pelo uso de materiais de maior resistência, aumento da espessura de peças, mudança no design e adição de componentes.
Ao volante, dá para perceber que o conjunto ficou mais firme, o que se revela no comportamento do carro, mais obediente, e também no conforto, por conta da estabilidade.
Outro benefício das melhorias é o isolamento acústico que, além de favorecido pela estrutura mais rígida, recebeu atenção especial. De acordo com a fábrica, foram adicionados materiais de isolamento em diversos pontos, como na parede que separa o compartimento do motor da cabine e na coluna dianteira, além da dupla vedação das portas e do aumento da espessura do para-brisa (de 3,5 para 4 mm).
Pensando na dirigibilidade e no isolamento da cabine, os engenheiros também modificaram a suspensão (nos pontos de fixação, geometria e batentes) e a direção (com o aumento da rigidez da coluna e uma relação mais curta). Os pneus ficaram mais largos (a partir do aumento da banda ou da banda e da tala da roda, dependendo do aro considerado).
Na prática, a suspensão está mais eficiente, filtrando melhor pisos irregulares e reduzindo a rolagem da carroceria nas curvas. E a direção, por sua vez, está mais precisa, embora bem leve e fácil de girar.
O motor é o conhecido 1.6 16V flex, com comando de válvulas variável na admissão, que gera 114 cv de potência e 15,5 kgfm de torque (no V-Drive, são 111 cv e 15,1 kgfm), acoplado ao câmbio CVT, com seis marchas definidas.
Em nossa pista de testes, o sedã se defendeu bem, com o tempo de 11,9 segundos nas provas de aceleração de 0 a 100 km/h, e as médias de consumo de 12 km/l, na cidade, e 16,2 km/l, na estrada (sempre rodando com gasolina) – embora, nos mesmos ensaios, rivais como Chevrolet Onix Plus e VW Virtus tenham apresentado rendimentos melhores, como você poderá ver em breve.
Mas não foi só o motor e o câmbio que o Versa herdou do Kicks (que também chega aos 100 k/h em 11,9 s): na cabine do sedã, quem está familiarizado com o SUV logo reconhece painel, central multimídia e painel de instrumentos digital. Essa sensação de déjàvu pode não agradar alguns. Mas, pelo menos, isso ocorre entre o Versa e o Kicks, enquanto no caso do V-Drive, a simbiose é com o compacto March.
E a melhoria é nítida não só pelo estilo como também pelo acabamento. A faixa central do painel é revestida de material que imita couro aplicado sobre uma camada fina de espuma que torna o contato suave. Na parte superior, o plástico é duro, mas com uma aparência de melhor qualidade.
Ainda na cabine, deve-se destacar os bancos dianteiros, que são anatômicos e sustentam bem o corpo no assento e no encosto. Esses bancos têm uma tecnologia que a Nissan chama de Zero Gravity (gravidade zero) e até agora só estava presente nos carros da gama superior, como o Sentra.
É verdade que eles roubaram espaço na cabine, ao contrário dos bancos mais magros do V-Drive. Mas espaço é o principal atributo do V-Drive, enquanto o novo Versa é mais refinado e concilia espaço (que ainda é amplo) com outros predicados, como já demonstrou nesta apresentação. E, para não dizer que não houve ganho algum, o porta-malas cresceu 22 litros, passando de 460 para 482 litros.
Falta saber se ele está pronto para encarar os rivais que arrebanhou ao se posicionar acima de seu antecessor.
Fotos do Nissan Versa 2021
Teste – Nissan Versa 2021
Aceleração
0 a 100 km/h – 11,9 s
0 a 1.000 m – 33,9 s – 153,4 km/h
Velocidade máxima- n/d
Retomadas
D 40 a 80 km/h – 5,4 s
D 60 a 100 km/h – 7,3 s
D 80 a 120 km/h – 10,4 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0 – 15,4/27,3/62,9 m
Consumo
Urbano – 12 km/l
Rodoviário – 16,2 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx. – 42,9/67,5 dBA
80/120 km/h – 63,6/69,6 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h- 93 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 5a marcha – 1.750 rpm
Volante – 2,6 voltas
Seu Bolso
Preço básico – R$ 83.490
Garantia – 3 anos
Concessionárias – 160
Ficha técnica:
Preço: R$ 70.000 (estimado)
Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 4 cil., 1.598 cm3, 122 cv a 6.300 rpm, 15,2 mkgf a 4.000
Câmbio: automático, CVT, 6 marchas simuladas, tração dianteira
Suspensão: McPherson (diant.) /eixo de torção (tras.)
Freios: discos vent. (diant.) e tambor (tras.)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: 205/55 R16
Dimensões: comprimento, 449,5 cm; largura, 174 cm; altura, 146,5 cm; entre-eixos, 262 cm; peso, 1.139 kg;
tanque, 41 litros; porta-malas, 482 l
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