Com 4,81 metros de comprimento, o Outback tem porte de SUV, mas é, na verdade, uma versão aventureira montada a partir da station wagon do Legacy, que não vem para o Brasil.
Não é desses aventureiros cujo tratamento vai pouco além de itens estéticos. Com tração 4×4 e motor 6 cilindros com 256 cv, ele tem disposição para encarar trilhas de média dificuldade, com subidas e descidas com condições críticas de aderência.
A própria Subaru no Brasil reconhece: “Quem compra um Subaru o faz por satisfação própria. Ele se decidiu por razões técnicas, por saber dos atributos do veículo, principalmente os que se referem à robustez mecânica. Não compra para ostentar”.
Design não é, definitivamente, o ponto alto da marca. E com o Outback não é diferente. Você sai com o carro na rua e, apesar do layout renovado e do porte avantajado, ele mal é notado.
Na cabine, haja monotonia. O painel de design óbvio ostenta mostradores e equipamentos com layout fora de moda, como o ar-condicionado com botões prateados e display cujos números lembram os relógios digitais de carros dos anos 80 e 90.
Nada é feio ou mal-acabado e o pacote de equipamentos é farto, com sete airbags, teto solar elétrico, faróis com led e xenônio, rodas de liga leve aro 18, couro, banco do motorista com ajuste elétrico e memórias e câmera de ré.
A central multimídia é limitada: é incompatível com os sistemas operacionais de smartphones e não tem sistema de navegação por GPS.
Assim como o design externo, quase nada deixa você perceber que está a bordo de um modelo atual. Mas reconheço: basta dar a partida no motor para entender melhor as razões de compra de um fã de Subaru.
Além de uma sonoridade bastante peculiar – à la Porsche –, o elástico motor boxer, com seus (seis) cilindros contrapostos permite a redução do centro de gravidade. Some aí a suspensão de acerto rígido, largos pneus 235/60 aro 18, câmbio CVT com três mapas de funcionamento e pronto: o grandalhão se mostra obediente mesmo no contorno de curvas longas.
No limite de aderência, dá para sentir o controle de estabilidade atuando em conjunto com a tração integral Symmetrical AWD, sistema criado pela Subaru em 1972 e aprimorado até hoje. É preciso superar muito o limite de velocidade de contorno de uma curva para se envolver em um acidente, tamanha a aderência.
Em nossa pista, o Outback confirmou a impressão de agilidade notada na cidade. Como o modo mais agressivo ativado, Sport Sharp, ele ignora o próprio peso de 1.698 kg e realiza acelerações e retomadas de velocidade com pique de esportivo – veja abaixo o quadro com os resultados do teste.
Com tantas peculiariedades, é difícil situar o Outback entre a concorrência. Seu valor tabelado em R$ 172.900 fica próximo dos SUVS de entrada das marcas premium, como Audi Q3, BMW X1 e Mercedes GLA, e dos modelos médios / grandes como Toyota Rav4 e Hyudai Santa Fe.
Veredicto
Entretenimento a bordo e design não são com o Outback. Mas ele é bom de performance e dirigibilidade.
Teste de pista: Subaru Outback 3.6 24V 4×4
ACELERAÇÃO | |
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0 a 100 km/h: | 8,6 s |
0 a 1000 m: | 29 s – 189,2 km/h |
VELOCIDADE MÁXIMA: | 230 km/h (dado de fábrica) |
RETOMADAS | |
De 40 a 80 km/h: | 3,9 s |
De 60 a 100 km/h: | 4,4 s |
De 80 a 120 km/h: | 5,2 s |
FRENAGENS | |
60 / 80 / 120 km/h a 0: | 15,6 / 27 / 65,6 m |
CONSUMO | |
Urbano: | 7,9 km/l |
Rodoviário: | 12,2 km/l |
Preço: | R$ 172.900 |
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Motor: | gasolina, dianteiro, longitudinal, 6 cilindros opostos, 92 x 91, 3 630 cm3, 256 cv a 6 000 rpm, 35,7 mkgf a 4 400 rpm |
Câmbio: | automático, CVT, seis marchas, tração integral |
Suspensão: | independente McPherson (diant.), eixo de torção (tras.) |
Freios: | discos ventilados (diant. e tras.) |
Rodas e pneus: | liga leve, 235/60 R18 |
Dimensões: | comprimento 481,7 cm; altura 167,3 cm; largura 184 cm; entre-eixos 274,5 cm; peso, 1.698 kg; porta- malas 560 litros; tanque 60 litros |
Equipamentos de série: | ar-condicionado digital, freio de estacionamento eletrônico, teto solar elétrico, rodas aro 18, tração integral, couro |