Publicado originalmente em agosto de 2005
A locomotiva da linha Marea 2006 é o menos potente deles. A maior novidade está na versão SX, que trocou o seu motor 1.8 16V italiano por um 1.6 16V argentino.
Trata-se do mesmo motor Hi-Torque que equipava o Brava. As outras mudanças incorporadas à linha – que inclui também as versões ELX, HLX e Turbo – são discretas. Na dianteira, a grade tem novo desenho. Na traseira, as lanternas ganharam lentes incolores. E, no interior, o console recebeu acabamento na cor cinza.
Com a substituição do motor, o preço do Marea SX baixou – uma vez que o motor feito na Argentina sai mais barato e não paga imposto de importação.
O SX 1.8 16V comercializado até o mês passado era tabelado em 48.850 reais (R$ 121.184, IGP-M) e o SX 1.6 16V lançado agora custa 46.450 reais (R$ 115.230 em 2020). Se a diferença não é tão grande, o carro ganhou em equipamentos.
Entre os itens que passaram a vir de série nessa versão estão ar-condicionado, para-brisa degradê, bancos de veludo e banco traseiro bipartido com descansa-braço central. Também não faltam vidros e travas elétricos, banco do motorista com regulagem de altura, Fiat Code e o sistema temporizador de faróis Follow Me Home.
A versão avaliada veio equipada com o kit Connect, opcional oferecido a um custo adicional de 1.500 reais. O pacote inclui telefone celular com tecnologia Bluetooth, CD player, faróis de milha e rodas de liga leve. Segundo a Fiat, adquirindo os itens em separado, o cliente paga 3.840 reais pelo conjunto. Bom negócio.
Mas o que você deve estar se perguntando desde o início do texto é se o Marea SX 1.6 16V sai do lugar quando se pressiona o acelerador. A resposta é um sonoro sim.
Claro que não dá para comparar com o Marea HLX e muito menos com o Turbo. Afinal, o 1.6 Corsa Lunga tem 106 cavalos contra 160 e 182 cavalos, respectivamente. Mas o Marea SX não faz feio diante de modelos de características técnicas semelhantes, como Santana 1.8, Focus Sedan GLX 1.6 e Toyota Corolla 1.6 16V.
Desse grupo, o Corolla é o que se sai melhor em uma pista de testes. Avaliado em outubro de 2002, ele acelerou de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos e chegou a 187 km/h de velocidade máxima.
O Marea SX, testado agora, fez de 0 a 100 km/h em 13,0 segundos e atingiu 181,7 km/h. No trânsito, o Marea tem desempenho mais que satisfatório. Se estiver com pressa, o motorista vai trabalhar um pouco mais com o câmbio. Mas, em uma condução normal, não vai sentir falta de torque: são 15,4 mkgf contra 15,0 mkgf do Corolla 1.6 16V. Na estrada, ele também embala bem e acelera sem dificuldade.
Em relação ao consumo, o Fiat conseguiu as médias de 8,4 km/l na cidade e 12,8 km/l na estrada, enquanto o Toyota obteve 8,5 km/l no ciclo urbano e 15,4 km/l no rodoviário.
O Marea se mostrou bastante confortável ao rodar, graças à suspensão macia e aos bancos que acomodam bem o corpo. No que diz respeito ao conforto, a nota dissonante foi o elevado ruído do motor. Em primeira marcha a 6000 rpm, o nível de ruído na cabine era de 73,2 dB, contra os 69,8 dB medidos no Corolla.
Como antídoto, basta apelar para o bom sistema de som original que vem com o kit Connect. Durante o teste, o rádio continuou em alto e bom som ao atravessar um túnel a caminho da redação, ponto em que a maioria silencia.
O Marea nunca foi um best seller e não deve ser agora que seu desempenho no mercado vai mudar. A Fiat espera vender 300 unidades do modelo por mês, o que é um volume tímido. Desses, 70% deverão ser na versão SX.
Lançado no Brasil em 1998, o Fiat Marea já era um projeto datado em 2005. O sedã médio resistiu em produção até novembro de 2007, com motores 1.6 e 1.8 – a versão Turbo saiu de linha em março daquele ano. Ao todo, 54.781 unidades foram produzidas no Brasil. Em setembro de 2008 a Fiat lançaria um Linea, que tentaria brigar entre os sedãs médios mesmo tendo plataforma de compacto. Não vendeu muito, mas seguiu em produção até 2006.
Ficha Técnica – Fiat Marea SX 1.6 16V
- Motor: Dianteiro,transversal, 4 cilindros, 16 válvulas; 1596 cm3; 106 cv a 5500 rpm; 15,4 mkgf a 4500 rpm
- Câmbio: manual, 5 marchas, tração diant.
- Direção: hidráulica, 11 m (diâmetro de giro)
- Suspensão: McPherson (diant.), braço arrastado (tras.)
- Freios: disco ventilado (diant.) e tambor (tras.)
- Pneus: 185/65 R14
- Peso: 1.190 kg
- Dimensões: comprimento, 439 cm; largura, 174,1 cm; altura, 143,4 cm; entre-eixos, 254,1 cm; porta-malas, 430 litros; tanque, 58L
- Preço: 46.450 reais (R$ 115.230 em novembro de 2020 – IGP-M)
Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.