Teste: VW T-Cross 200 TSI manual é um Up! turbo com porte de SUV
Configuração de entrada do modelo é bem equipada e ainda supera Volkswagen Up! TSI na pista de testes
Ele não tem ronquinho de esportivo e nem é chamado de “bengador” pelos donos.
Esse carro é tão discreto que pensei ter confundido a ficha de testes com algum hatch – ele foi mais rápido que o VW Up! TSI, com vantagem de 1,2 s no 0 a 100 km/h. Só que não.
Se a opção mais barata do T-Cross (R$ 84.990) nem recebeu sobrenome próprio, o que não falta é fôlego para conquistar o coração de quem já não consegue encontrar esse conjunto em carros menores.
É difícil pensar que uma configuração de entrada tratará os compradores com alguma dignidade. Do tampão do porta-malas ao adesivo preto em volta das janelas, nada está a salvo dos cortes de custo.
Mas o T-Cross se virou bem: seis airbags, controle de estabilidade, rodas de liga leve e até acendimento automático dos faróis vêm de série.
Pena que central multimídia com tela sensível ao toque de 6,5 polegadas seja opcional, por R$ 1.720 – junto com câmera de ré e sensor de estacionamento dianteiro.
O motorista não deverá sofrer para encontrar a posição ideal: há ajustes de altura do banco e da coluna de direção (que também tem regulagem de profundidade).
Lá atrás, o espaço para os joelhos é suficiente até para cruzar as pernas, graças ao entre-eixos de 2,65 m.
Só lembre que três adultos ficarão apertados na segunda fileira por conta da largura da carroceria. Mas esse modelo peca mesmo é pelo acabamento, já que há plásticos rígidos (como em todas as demais versões) por todos os lados.
Mas, nessa opção mais barata, não há faixa colorida no painel e quadro de instrumentos digital para distraírem as atenções.
Ouso dizer que esse é um dos melhores carros para dirigir no dia a dia – nós, da QUATRO RODAS, disputamos a tapas quem andaria primeiro. É o único VW com motor 1.0 turbo de 128 cv e câmbio manual de seis marchas desde que o Golf saiu de linha.
Se não é prático como um automático, os engates precisos fazem sonhar como seria esse conjunto no Polo. E, no SUV, você nem precisa se preocupar com buracos, já que a suspensão – mais confortável que o normal para a marca – absorve boa parte deles.
A principal vantagem do T-Cross nesse segmento de SUVs manuais, que perdeu Jeep Renegade e Honda HR-V nos últimos anos, é que, além de toda a racionalidade, ele traz uma dose de esportividade difícil de ser encontrada entre seus pares.
E a lista de equipamentos não decepciona.
Veredicto
Completo e espaçoso, o T-Cross ainda oferece desempenho digno de esportivo. Mas interior pode melhorar.
Ficha técnica
Preço: R$ 84.990
Motor: flex, dianteiro, transversal, 3 cil., 12V, 999 cm3, 74,5 x 76,4 mm, 115/128 cv a 5.500 rpm (G/E), 20,4 mkgf entre 2.000 e 3.500 rpm
Câmbio: manual, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão: McPherson (diant.) / eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.) / sólido (tras.)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: liga leve, 205/60 R16
Dimensões: comprimento, 419,9 cm; largura, 175,1 cm; altura, 156,8 cm; entre-eixos, 265,1 cm; peso, 1.215 kg; tanque, 50 l; porta-malas, 373 l
Teste
Aceleração
0 a 100 km/h: 10,5 s
0 a 1.000 m: 31,9 s – 164,9 km/h
Velocidade máxima: 210 km/h*
Retomada
3a 40 a 80 km/h: 5,9 s
4a 60 a 100 km/h: 7,4 s
5a 80 a 120 km/h: 10,4 s
Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 15,3/26/58,5 m
Consumo
Urbano: 13,8 km/l
Rodoviário: 17,1 km/l