A fabricante italiana de motocicletas off-road TM chega oficialmente ao mercado brasileiro. Seus modelos semiartesanais – feitos em pequena escala e com atenção detalhista – já começaram a chegar, com 16 unidades importadas em junho e a promessa de outras 32 unidades em processo de nacionalização.
A marca anuncia quatro modelos: MX250, EN250, EN250FI e EN450 FI – sendo que MX, claro, nomeia os modelos de motocross e EN os de enduro. O FI significa “fuel injection” e designa as motos de quatro tempos. Todas foram tropicalizadas para melhor digerir a gasolina nacional, com 25% de álcool. Esses modelos são equipados com partida elétrica e câmbio de seis marchas, inclusive a versão 450 cc especial de cross. A linha da TM na Itália é maior e inclui desde versões supermotard até karts.
Pilotamos as motocicletas em uma pista de motocross e em um seletivo circuito de enduro no interior de São Paulo. A EN 450 FI de enduro já sai da caixa prontinha para competir. O que mais me chamou a atenção foram as peças usinadas de alumínio fabricadas pela própria TM, assim como as mesas da suspensão dianteira e até a coroa de transmissão final. Mesmo equipada com injeção eletrônica, é recomendado que se puxe a alavanquinha do descompressor para dar a partida.
O motor, apesar da baixa escala de produção, é de construção e projeto próprios da TM. O resultado é um propulsor silencioso, com respostas imediatas ao acelerador. A ignição é Kokusan (igual às utilizadas pela KTM) e o sistema de injeção é assina- do pela italiana Microtec. Destaca-se por se valer de bico injetor idêntico ao de 12 furos utilizado em alguns modelos de automóveis Fiat.
Equipada com aros Excel, bengalas Marzocchi de 50 mm de diâmetro, curvas de escape de titânio, discos de freio Breaking com pinças Brembo e um levíssimo quadro de alumínio, a moto é bem leve, magra e potente. Copia as irregularidades do terreno com extrema eficiência. Ela é a própria definição da filosofia da pequena fábrica italiana, que se gaba de ser um pequeno fabricante com grandes soluções.
Na 250 quatro-tempos de cross, o que mais me surpreendeu foi a possibilidade de escolha entre dois mapas de injeção por meio de um simples botão localizado no guidão – recurso próprio de motos com muito mais sofisticação técnica e maior cilindrada. É até possí- vel trocar os mapas com a moto em pleno movimento.
Em trilhas, o melhor é moto leve, e a 250 dois-tempos é ideal. A ciclística é excelente e o motor, fácil de cuidar.
A EN 250 dois-tempos custa 28 000 reais – 4 000 reais a menos que a quatro-tempos – e a MX 250 quatro-tempos de motocross custa 30000 reais. Diante da reduzida oferta de motos especiais de cross nesta época do ano, a TM é boa pedida. Não é barata, mas vem pronta para competir.
EN 250 (2t) e MX 250 (4t): mesmas suspensões, rodas e freios.
Dois mapas de injeção nos modelos de 4t | A bela curva de escape entrega quem é 2t | Disco da marca Breaking com pinça Brembo.