Se você já dirigiu um Toyota Corolla (e gostou) provavelmente se sentirá à vontade no RAV4. Os dois dividem semelhanças no acabamento e até na dirigibilidade.
Desde maio estão disponíveis no Brasil duas versões do SUV: de entrada, por R$ 129.990, e a topo de linha, batizada Top, por R$ 144.990 – foi justamente a opção mais cara que testamos.
Esse é basicamente o mesmo carro que desembarcou no país há cinco anos, mas o visual inspirado no C-HR chegou às lojas daqui no início de 2017.
Na cabine, volante e quadro de instrumentos são iguais àqueles usados no bestseller Corolla, assim como a essência: jeitão simples e materiais rígidos – apenas uma faixa no painel é macia ao toque.
Apesar da idade do projeto, o RAV4 ainda se destaca em alguns aspectos, como o amplo espaço interno. E há até encosto reclinável para a segunda fileira, algo raro nos dias de hoje.
Pena que, para isso, o comprador tenha que abrir mão de freio de estacionamento elétrico, saídas de ar atrás, sensores de estacionamento e controle de velocidade adaptativo.
São sintomas da idade que afetaram o Corolla – quem não lembra do bullying com a falta do controle de estabilidade? Mas a velhice é imperdoável no agitado segmento de SUVs.
Boa parte da concorrência tem motores turbinados? No RAV4, é um 2.0 16V à moda antiga, aspirado de 145 cv e 19,1 mkgf, com câmbio automático CVT e tração dianteira.
Se essa receita já parece antiquada para a categoria, a situação é ainda pior considerando que é quase o mesmo conjunto do sedã médio da Toyota, porém, com 10 cv a menos.
Na nossa pista de testes, o modelo precisou de 12,5 s para chegar aos 100 km/h. Já o consumo de combustível ficou em 11,3 km/l na cidade e 13,7 km/l na estrada.
Há dois modos de condução (Eco e Sport), mas não espere muita diferença. Em comum, você sofrerá em ultrapassagens devido à falta de fôlego para mover os 1.525 kg do utilitário.
Isso não significa que o SUV seja ruim de dirigir. Pelo contrário. A suspensão é firme na medida ideal para segurar o peso da carroceria e confortável para absorver buracos no asfalto.
E a direção com assistência elétrica também é digna de elogios, comunicativa como sistemas hidráulicos, porém, sem mandar a fatura no aumento do consumo e nas manobras do dia a dia.
Para convencer a clientela, o RAV4 tem teto solar, ar de duas zonas e chave presencial na opção mais cara. Mas com tantos rivais mais modernos (e uma nova geração lá fora), a situação do modelo é complicada.
Quer um exemplo? O Volkswagen Tiguan Comfortline 250 TSI – bem mais moderno, espaçoso e potente – eleito Melhor Compra de 2018 pela QUATRO RODAS, é apenas R$ 5.000 mais caro: R$ 149.990.
Motor 2.0 16V tem 145 cv e é movido apenas a gasolina
Teste de pista
- Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,5 s
- Aceleração de 0 a 1.000 m: 33,9 s – 158,4 km/h
- Velocidade máxima: N/D
- Retomada de 40 a 80 km/h: 5,1 s
- Retomada de 60 a 100 km/h: 6,4 s
- Retomada de 80 a 120 km/h: 8,8 s
- Frenagens de 60/80/120 km/h a 0 m: 16,1/28,1/63,9 m
- Consumo urbano: 11,3 km/l
- Consumo rodoviário: 13,7 km/l
Ficha técnica – Toyota Rav4 2.0 16V Top
- Preço: R$ 144.990
- Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 4 cil. em linha, 16V, 1.987 cm3; 145 cv a 6.200 rpm, 19,1 mkgf a 3.600 rpm
- Câmbio: CVT, tração dianteira
- Suspensão: McPherson (dianteiro) / indep. duplo A (traseiro)
- Freios: discos ventilados (dianteiro), discos sólidos (traseiro)
- Direção: elétrica; diâmetro de giro, 10,6 m
- Rodas e pneus: liga leve, 225/65 R17
- Dimensões: comprimento, 460,5 cm; altura, 171,5 cm; largura, 184,5 cm; entre-eixos, 266 cm; peso, 1.525 kg; tanque, 60 l; porta–malas, 547 l