Vídeo: como é o Fiat Mobi Trekking, o carro popular de R$ 60.000?
Versão topo de linha do carro mais barato da Fiat tem visual aventureiro e central multimídia de série, mas esbarra nos R$ 64.000 quando completo
Há quem diga que vai demorar para os preços dos carros novos voltarem ao que considerávamos o normal. Há quem diga que isso nunca mais vai acontecer. A inflação, agravada pelos efeitos da pandemia de covid-19 (alta da matéria prima, aumento do custo do transporte e escassez de componentes eletrônicos), criou algumas distorções, como um Fiat Mobi de R$ 60.000.
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Ok, R$ 59.990. Esse é o preço do Fiat Mobi Trekking, versão mais cara e completa do carro mais barato da Fiat no Brasil (parte dos R$ 48.490 na versão Easy). E nem por isso deixa de ter opcionais.
Há dois pacotes. O pack One (R$ 1.500) inclui ajustes de altura da direção e dos cintos dianteiros, comando interno para abertura do tanque e do porta-malas, ajuste elétrico dos retrovisores e sensor de estacionamento traseiro. Já o pack Stile inclui as rodas de liga leve de aro 14″ e faróis de neblina por mais R$ 2.300. Completo, chega aos R$63.790.
O Mobi Trekking é um remake do antigo Mobi Way. Hoje, todo Fiat Mobi tem molduras nas caixas de roda e suspensão mais alta que a original (o vão livre aumentou dos 15,6 cm para 17,7 cm), mas a versão topo de linha ainda tem teto pintado de preto, adesivos pretos no meio do capô e base das portas, e capas pretas nos retrovisores.
Olhando com atenção você verá que as rodas ainda têm o mesmo desenho dos tempos do Mobi Way e que a forração dos bancos tem exatamente o mesmo tecido.
Havia uma coisa que o comprador de qualquer carro dá valor e o Mobi não tinha até então: central multimídia. Por muito tempo, ou o compacto vinha com a fiação para som pronta, ou com um rádio simples, ou com um aparelho estranho que transformava o celular em central multimídia com o uso de um aplicativo, uma solução que fracassou.
Agora o Mobi Trekking tem de série a mesma central Uconnect com tela de 7 polegadas que equipa a Strada, com conectividade sem fio com Android Auto e Apple CarPlay. E nenhum outro compacto tem isso no Brasil. Ar-condicionado, vidros elétricos apenas nas portas dianteiras e direção hidráulica também são de série.
Tecnicamente, o Mobi é uma versão encurtada do Uno, o que significa que seus 2,30 m de entre-eixos limitam o espaço no banco traseiro e também o porta-malas, de 235 litros.
O Mobi usa o conhecido motor quatro-cilindros 1.0 8V Fire Evo, com 75 cv e 9,9 kgfm. É um motor antigo, atualizado pela última vez em 2010, quando o Uno foi lançado.
Com o fim da produção do Uno e do Grand Siena, o que está previsto para a virada para 2022, o Mobi será o último Fiat equipado com esse motor. Argo e Cronos ficarão com o três-cilindros 1.0 6V Firefly de 77 cv e 10,9 kgfm, mais moderno e eficiente, que o Mobi abandonou em 2019.
O ajuste na suspensão do Fiat Mobi para aumentar sua altura livre do solo, por incrível que pareça, deixou seu comportamento melhor. O curso da suspensão aumentou, mas a rolagem da carroceria não muito. Inclusive, aproveitaram a suspensão dianteira McPherson com barra estabilizadora, como havia no Mobi Way – e que agora também está na versão intermediária Like.
O Mobi economiza no espaço, mas a sensação de qualidade é a mesma que se tem em um Uno ou Strada. É um carro valente e prático para o dia a dia, que não obriga o motorista a se acostumar com grandes economias. Até porque não é uma compra muito econômica.
Ficha técnica – Fiat Mobi Trekking
Motor: flex, diant., transv., 4 cil. em linha, 8V, 999 cm³, 70 x 64,9 mm, 12,15:1, 75/73 cv a 6.250 rpm, 9,9/9,5 kgfm a 4.200 rpm
Câmbio: manual, 5 m., tração dianteira
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 175/65 R14
Peso: 967 kg
Dimensões: compr., 356,6 cm; larg., 163,3 cm; alt., 150; entre-eixos, 230,5 cm; porta-malas, 235 l; tanque de combustível, 47 l