Quando a Volkswagen comprou a Vemag e suspendeu a produção da linha DKW, surpreendentemente a perua Vemaguete usada valorizou. O motivo: as famílias que queriam uma perua média ficaram sem opção.
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Dois anos se passaram até a chegada da Variant, no fim de 1969. Era a irmã do sedã 1600, mais conhecido como Zé do Caixão. Suas linhas, porém, eram muito mais harmoniosas: foi considerada pela QUATRO RODAS, no lançamento, como “o VW mais bonito do Brasil”.
Como todo Volks, a Variant era sinônimo de simplicidade e funcionalidade. E a síntese dessa ideia era o painel, com apenas dois instrumentos: no centro, o típico velocímetro com a luz verde para o nível do óleo, a vermelha para indicar problemas no alternador e o indicador único de seta no centro. À esquerda, o marcador de nível de combustível. Do lado oposto, espaço para o relógio de horas. E só.
Mas uma coisa é certa: para os padrões nacionais, a Variant tinha um acabamento muito bom. O acionamento do câmbio era perfeito, mesmo para os dias de hoje: preciso, com pequena distância entre as marchas. O pedal de freio, de aparência frágil, igual ao do Fusca, fazia um conhecido “tlac” quando se tirava o pé.
Mas o motor falhava: regular a dupla carburação da Variant era a prova de fogo dos mecânicos. Assim mesmo, a Variant mostrava força nas subidas.
A perua redimiu os carros de passeio da Volks no quesito espaço para bagagem. Além do porta-malas na frente, tinha espaço de sobra atrás. Isso graças ao motor traseiro, que tinha a ventoinha mais baixa que a do Fusca. Uma tampa separava os passageiros do motor.
Se favoreceu o espaço para bagagem, essa solução prejudicou a vida a bordo: não era fácil conviver com o motor “dentro” do carro nos dias de calor.
No teste QUATRO RODAS de estreia do carro, a perua fez 134 km/h.
Com muito mais qualidades que defeitos, a Variant, fabricada ao longo de 11 anos, logo provou seu carisma. Em uma pesquisa da revista com os 100 primeiros proprietários, 99% deles responderam afirmativamente à pergunta se as respectivas famílias aprovaram a compra. Quem teve vida difícil foi sua segunda geração.
Teste QUATRO RODAS julho de 1971
- Aceleração de 0 a 100 km/h – 23,1 s
- Velocidade máxima – 134,2 km/h
- Frenagem 80 km/h a 0 – 28,1 m
- Consumo – 9,6 km/l (média)
Preço
Julho de 1971 – NCr$ 18.347 Atualizado – R$ 111.424 (IGP-DI/FGV)
Ficha técnica
- Motor: traseiro, 4 cilindros contrapostos, 1 584 cm3
- Diâmetro x curso: 85,5 x 69 mm
- Potência: 65 cv a 4 600 rpm
- Torque: 12 kgfm a 3.000 rpm
- Câmbio: manual, 4 marchas
- Suspensão: Dianteira: independente Traseira: eixo de torção
- Dimensões: comprimento, 432 cm; largura, 158 cm; altura, 143 cm; entre eixos, 240 cm; peso, 945 kg
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