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VW Golf GTI Clubsport: fôlego de 20, corpinho de 40

No aniversário de quatro décadas do primeiro GTi, a VW lança o Clubsport – o mais potente da história

Por Joaquim Oliveira, de Portimão (Portugal)
Atualizado em 23 nov 2016, 21h15 - Publicado em 23 jun 2016, 16h23
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  • Golf GTI Clubsport
    Diferencial autoblocante reduz tendência ao subesterço ()

    Quando a VW se aventurou a fazer uma versão esportiva do seu novo modelo Golf, em 1976, o objetivo era produzir 5.000 unidades. O carro havia estreado apenas dois anos antes e a realidade exigia projeções  sem exageros. Mas o fenômeno GTi ganhou asas: estamos prestes a comemorar 40 anos da sua primeira geração, e durante esse período mais de 2 milhões desse Golf foram vendidos em todo o mundo, o que faz do GTi um desses raros sucessos de crítica e público, uma franquia capaz de seduzir de leigos a fissurados por carros.

    Nestes tempos em que as notícias ruins são bem mais ruidosas do que as boas no Grupo Volkswagen, a empresa resolveu celebrar esse marco da sua história com o lançamento de uma versão especial, a Clubsport, a mais rápida e potente na história do Golf GTi (que, aliás, agora passa a existir na Europa em três configurações: a básica, com 220 cv, a GTi Performance, com 230 cv, e a GTi Clubsport, com até 290 cv no motor).

    Golf GTI Clubsport
    Motor 2.0 turbo gera 290 cavalos e 35,6 mkgf ()

    O GTi Performance já é um avanço à família: tem escapamento cromado, pneus 225/45 R17, a tradicional linha vermelha desenhando a grade de radiador, suspensão rebaixada em 15 milímetros em relação às versões normais do Golf. O Clubsport começa onde o Performance termina. Assim, recebeu, entre outras adições, um para-choque frontal com entradas de ar generosas, pneus mais largos e mais baixos (235/40), spoiler traseiro e amortecedores mais duros – todas medidas que contribuem para seu desempenho grudado ao solo.

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    No interior, não há surpresas (ainda bem) em relação à ótima qualidade de materiais e acabamentos. A central multimídia, que pode ter até 8 polegadas, recebeu também o comando dinâmico do carro, com as opções Conforto, Normal e Sport.

    Golf GTI Clubsport
    Cabine conservou os acabamentos do GTi ()

    O sistema pode ser combinado ao perfil de direção desejado pelo motorista, com quatro opções pré-configuradas de fábrica: Eco, Sport, Normal, Individual. Cada uma delas oferece um novo mapa de respostas do motor, do sistema de ar-condicionado, da suspensão e do câmbio, que por sua vez tem duas opções: o já conhecido DSG, de dupla embreagem, e o manual, com seis marchas.

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    Golf GTI Clubsport
    Bancos esportivos de Alcântara; câmbio pode ser o DSG de dupla embreagem ou manual de seis marchas ()

    Rodando a chave de ignição, os ponteiros do velocímetro e conta-giros logo dão o ar da graça, saltando até o extremo oposto do mostrador. O ruído gutural entrega o aumento de potência: 60 cv em relação ao GTi Performance e 70 cv comparado ao GTI normal. O motor de 2 litros, com injeção dupla (direta e indireta) e turbo, usa a mesma base do motor do Golf R, mantendo o comando de válvulas variáveis na admissão e escape.

    Injeção na veia

    Em condições normais, a real potência máxima do Clubsport é de 265 cv. Mas neste Golf, é possível alterar a realidade. Há um boost de desempenho que, por 10 segundos, pode elevar a entrega final a 290 cv, combinada a um incremento temporário do torque de 35,6 para 38,7 mkgf. É uma solução bastante útil nas solicitações urgentes de potência – uma ultrapassagem, por exemplo.

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    Golf GTI Clubsport
    Boost de potência dura dez segundos e entrega 25 cv extras ()

    Não que falte aceleração ao conjunto: além de ir de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos, a resposta ao acelerador é esmagadora, porque todo o torque é entregue ao motorista logo a partir das 1.700 rpm, e lá fica eternizado até para lá das 5.000 rpm. Na versão automática, as acelerações bruscas são ainda mais agressivas, pelo efeito de kickdown do excelente DSG. Para completar o pedigree esportivo, há, de série, sistema de controle de largada.

    E como tudo isso anda na pista? Dirigimos o GTi Clubsport no circuito de Portimão, em Portugal. E foi impressionante ver a capacidade de o carro responder aos comandos do piloto e manter sua trajetória. A maior pressão sobre a frente do veículo, os pneus largos e com perfil baixo e a suspensão com afinação seca, além de fazer do Clubsport provavelmente o mais eficaz Golf já fabricado, impedem que os seus genes de tração dianteira alarguem as trajetórias nas curvas mais impetuosas.

    Golf GTI Clubsport
    Edição de 40 anos recebeu entradas de ar generosas ()

    A direção progressiva também tem seu mérito: além de passar o número de voltas ao volante de 2,6 para 1,9, tem desmultiplicação variável, evitando aquelas situações em que parece que há mais braços do que volante.

    Mas o principal responsável pela eficácia em curva deste GTI é o diferencial autoblocante dianteiro. Ele é eletrônico e trabalha na companhia de uma nova geração do controle de aderência, capaz de travar individual­mente as rodas e intervir mesmo quando os freios não são acionados. O resultado, conforme pudemos comprovar, é a neutralização da tendência de subesterço, comum em carros com as características do Clubsport – tração dianteira e doses consideráveis de potência. Com outra vantagem: faz tudo isso eletronicamente, o que torna a ação muito mais suave do que nos diferenciais mecânicos.

    Golf GTI Clubsport
    As rodas, de aro 17, receberam pinças de freio em vermelho ()

    Golf GTI Clubsport
    Spoiler traseiro ajuda a colar o carro no chão ()

    Na Alemanha, o GTi Clubsport custa 34.500 euros, 4.000 euros a mais do que o GTi Performance e 4.000 euros a menos do que o Golf R (300 cv, com tração nas quatro rodas).

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    VEREDICTO

    O Clubsport foi pensado como edição comemorativa aos 40 anos do GTi – e acabou se tornando o melhor GTi de todos os tempos. Combina potência e dirigibilidade como poucos carros são capazes de fazer.

    Ficha Técnica
    Motor diant. longitud., 4 cil., 16V, injeção direta e indireta, turbo de geometria variável, 1.984 cm³, 82,5 x 92,8 mm, 9,6:1, 265 cv a 5.350-6.600 rpm (290 cv em overboost, 10 segundos), 35,6 mkgf a 1.700-5.000 rpm (38,7 mkgf)
    Câmbio manual de 6 marchas (ou automatizado de dupla embreagem, 6 marchas)
    Direção cremalheira, assistência elétrica variável
    Suspensão independente multilink (diant. e tras.)
    Freios discos ventilados
    Pneus 225/40 R17
    Dimensões comprimento, 426,8 cm; altura, 144,2 cm; largura, 179,9 cm; entre-eixos, 263,1 cm; peso, 1.375 kg
    Porta-malas 380 litros
    Tanque 50 litros
    Desempenho 0 a 100 km/h em 5,9 s; vel. máx. 259 km/h (DSG)
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