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Silverado é picape luxuosa, mas gasta mais que F-150 e menos que Ram 1500

Picape da Chevrolet completa o trio de modelos de grande porte no Brasil composto por F-150 e Ram 1500. Chega na versão mais cara por R$ 519.990

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 1 dez 2023, 11h43 - Publicado em 14 nov 2023, 17h01
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  • Há exatos dois anos a Ram 1500, até então a picape mais potente do Brasil, tinha uma fila de espera de um ano. E esse desempenho em vendas é atribuído ao fato de ser, na época, a única picape de grande porte esportiva. Mas, esse “monopólio” era passageiro, afinal Ford e Chevrolet têm picapes grandes também e era uma questão de tempo para que as trouxessem para rivalizar com a 1.500. 

    São elas: Ford F-150 e Chevrolet Silverado. A representante da Ford chegou em abril deste ano e já vendeu 876 unidades no acumulado até outubro e se aproxima das vendas da Ram, que teve 1.229 exemplares comercializados. Já a Chevrolet Silverado chegou oficialmente em novembro e já teve 700 unidades vendidas em pré-venda em questão de horas. 

    A Silverado chega em versão única, a High Country, versão topo de linha, que concorre com as versões mais caras das rivais. Nós fomos até o Pantanal, no Mato Grosso do Sul, para dirigir a Chevrolet Silverado por algumas dezenas de quilômetros, entre estradas pavimentadas e de terra batida.

    Chevrolet Silverado
    (Divulgação/Chevrolet)

    A principal diferença da Silverado para as concorrentes é o fato de ser a menos potente. O seu motor V8 5.3 rende até 360 cv e 53 kgfm. Ou seja, são 40 cv a menos que a RAM e 45 cv a menos que a F-150, além de 3,7 kgfm a menos de torque que as rivais. 

    A F-150 usa o Coyote 5.0, muito parecido ao do Mustang, que gera 405 cv e 56,7 kgfm. Já a rival da Ram usa o V8 5.7 de 400 cv e exatamente o mesmo torque da F-150. Em nossos testes, o tempo de 0 a 100 km/h das duas foi praticamente o mesmo, com a picape da Ford fazendo em 7,5 s, apenas 0,1 s mais rápida que a rival. 

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    Chevrolet Silverado
    (Divulgação/Chevrolet)

    Não pudemos ainda levar a Silverado para nossa pista, mas segundo a GM não há uma diferença significativa em termos de desempenho e garante que a Silverado cumpriu o 0 a 100 km/h em 7,4 segundos, portanto mais rápida apesar de menos potente. O consumo declarado é de 6 km/l na cidade e 7,2 km/l na estrada no padrão do Inmetro – sendo menos econômica que a F-150 que também no Inmetro fez 6,3 km/l e 8,6 km/l (cidade/estrada) e que um pouco mais econômica que a Ram 1500 Rebel que cravou, respectivamente, 5,4 km/l e 6,8 km/l.

    Chevrolet Silverado
    (Divulgação/Chevrolet)

    A Silverado é a menos econômica apesar de ser equipada com a tecnologia DFM ((Dynamic Fuel Management), que desativa o funcionamento dos cilindros do motor conforme a necessidade. Segundo a Chevrolet o objetivo da tecnologia é reduzir o consumo de combustível e o sistema é capaz de realizar 80 cálculos por segundo e há 17 combinações de ativação dos cilindros, permitindo que a picape rode 60% do tempo sem o funcionamento dos oito cilindros simultaneamente. As duas rivais também tem a tecnologia de desativação, mas há apenas dois padrões (quatro ou oito). 

    Chevrolet Silverado
    (Divulgação/Chevrolet)

    Se toda essa tecnologia não surtiu muito efeito no consumo é nítido que o motor trabalha mais silencioso e isso contribui para uma melhor vida a bordo. Na direção chama a atenção o silêncio na cabine promovido pela combinação de um bom isolamento acústico e com um motor menos ruidoso. Foi possível sentir que o nível de vibração também é mais brando e isso pode ser atribuído ao fato do motor funcionar com menos cilindros ativos boa parte do tempo, em especial, em velocidade de cruzeiro. 

    O motor V8 é combinado com a transmissão automática de dez marchas, que tem bom casamento com o propulsor e as mudanças de marchas são praticamente imperceptíveis.

    Chevrolet Silverado
    (Divulgação/Chevrolet)

    A questão que mais me incomodou na condução da Silverado foi o barulho e vibração dos dois grandes retrovisores da picape. Em uma situação de asfalto com imperfeições ou mesmo em pavimento de terra batida o retrovisor esquerdo balança muito e o barulho invade a cabine, causando desconforto. Em um primeiro momento considerei até que fosse algum problema com a unidade que estava testando, mas todas as outras picapes do comboio apresentavam esse mesmo problema.

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    Ao ser questionada sobre qual a motivação da escolha de retrovisores maiores – as rivais utilizam modelos menores – o argumento é que a capacidade de reboque é a maior do segmento (4.128 kg) e portanto era necessário optar por um retrovisor maior que permitisse enxergar todo a carga que será transportada. 

    O comportamento da suspensão é estável e o sistema de amortecimento cumpre bem o seu papel e tem boa calibração. A suspensão traseira é eixo rígido, assim como suas rivais, mas traz molas semi-elípticas mais adequadas para transportar mais carga. A Ram 1500, por exemplo, é equipada com molas helicoidais com foco no conforto de rodagem, porém a capacidade de carga é menor que a da Silverado. 

    Chevrolet Silverado
    (Divulgação/Chevrolet)

    Só chega na versão mais cara

    A Chevrolet decidiu trazer a versão mais cara para o Brasil, a High Country, e ela é inclusive mais completa que o modelo americano pois já traz de série o pacote off-road, que nos EUA é opcional. O pacote inclui os pneus de uso misto, que são mais adequados para o fora-de-estrada, amortecedores da marca Rancho, proteção extra sob o assoalho para motor e transmissão e assistente de descida em rampa para descida na terra – um recurso bem útil para o off-road. Há também uma tela no computador de bordo com informações do ângulo de esterçamento do volante e da inclinação horizontal e vertical da carroceria.

    Chevrolet Silverado
    (Divulgação/Chevrolet)

    A picape traz ainda itens de tecnologia semi-autônoma como piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência, alerta de tráfego cruzado e de ponto cego com sensor de aproximação repentina, há ainda o assistente de mudança de faixa com alerta vibratório no assento do motorista.

    Chevrolet Silverado
    (Divulgação/Chevrolet)

    Entre os itens exclusivos da Silverado estão o retrovisor interno digital com a reprodução da imagem da câmera traseira e também a central multimídia com o sistema operacional Google Built In. Essa tecnologia permite que o sistema se conecte com a conta Google do proprietário e traz os aplicativos de preferência sem a necessidade do pareamento com o smartphone. É possível também uma interação com a Alexa permitindo comandos por voz para, por exemplo, abrir o portão da garagem ou mesmo ligar o ar-condicionado da casa ou a lâmpada. O sistema funciona por meio do Wi-Fi nativo que tem uma mensalidade, mas os doze primeiros meses são gratuitos. De qualquer maneira a central continua com a opção de pareamento com Android Auto e Apple Car Play. 

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    Chevrolet Silverado
    (Divulgação/Chevrolet)

    Outra tecnologia exclusiva da Silverado é a possibilidade de atualização remota, conhecida como “over the air”, que pode permitir até um incremento de potência do motor ou uma customização dos grafismos da multimídia. 

    No interior destaque para o emprego de materiais de alta qualidade como couro e madeira legítima e um acabamento esmerado. O espaço é generoso e é beneficiado por ter o maior entre-eixos do segmento com 3,73 metros. A caçamba também se destaca por ter um volume maior do que nas rivais (1.781 litros) e uma maior capacidade de carga (716 kg). 

    Chevrolet Silverado
    (Divulgação/Chevrolet)

    Apesar do sucesso da pré-venda da picape da Chevrolet o preço não é nada convidativo. Ela custa R$ 519.990. E esse é o mesmo preço da Ford F-150 na versão topo de linha Limited, ela ficou quase R$ 30.000 mais cara desde o lançamento. Elas só não são mais caras que a Ram 1500 Limited, a nova versão topo de linha, que custa R$ 529.990.

    As duas rivais tem versões de entrada, um pouco menos equipadas e mais baratas, e essa poderá ser a “pedra no sapato” da Silverado que só tem a opção mais cara e pode perder público por não ter mais opções para atender necessidades e bolsos distintos.

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